Navio atracado no Porto de Santos deve US$ 111 mil em salários atrasados para tripulantes

O navio Srakane, de bandeira panamenha, está com 15 tripulantes a bordo e uma dívida em salários atrasados que ultrapassa a cifra de US$ 111 mil, o equivalente a R$ 602 mil. Como se não bastassem os problemas financeiros, os marítimos ainda sofrem com péssimas condições de trabalho, falta de água, alimentos e combustível.
Essa situação de total descaso com os tripulantes, foi flagrada durante a Operação Descartes, realizada no final do mês de abril, no Porto de Santos. As inspeções aconteceram por terra, mar e ar e contaram com a participação da Marinha do Brasil, Ibama, Polícia Federal e Receita Federal, além da Polícia Militar Ambiental, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Autoridade Portuária de Santos.
Durante as inspeções fiscais foi constatado que todos os contratos de trabalho estavam vencidos, ou seja, após o prazo pré-determinado os marítimos não foram repatriados ou tiveram a jornada prorrogada.
Enquanto isso, a agência de navegação descrita no sistema Porto Sem Papel, como responsável pelo navio, afirma que não presta mais serviços à embarcação. Nesse caso, a alternativa é acionar a seguradora para pagamento dos salários atrasados e a devida repatriação dos marítimos. Entretanto, para que isso aconteça, todos devem concordar com a proposta e isso ainda não é unanimidade entre eles.
A investigação também identificou que o sistema de esgoto está saturado, os banheiros estão sujos e apresentam problemas estruturais. A estimativa do IBAMA (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis) é de que 80 toneladas de resíduos devem ser retirados da embarcação, o que ainda não ocorreu.