Já imaginou passar quase 4 anos a bordo de um navio, totalmente sozinho e o pior: contra sua vontade e sem poder deixar a embarcação. Pois é, foi o que aconteceu com Mohammed Aisha, tripulante MV Aman, preso no Egito.
A história começou em julho de 2017 quando o MV Aman foi retido no porto egípcio de Adabiya porque os documentos dos equipamentos de segurança e os certificados de classificação haviam expirado.
O que seria algo simples de resolver, tornou-se complicado a partir do momento que os operadores libaneses do navio não pagaram pelo combustível e, seus proprietários, estavam com problemas financeiros.
Com o capitão egípcio do navio em terra, um tribunal local declarou Aisha, o oficial chefe do navio, o guardião legal do MV Aman e, portanto, era obrigado a permanecer a bordo, sem qualquer remuneração.
O drama vivido por Mohammed Aisha poderia ter sido evitado, se os proprietários e as partes envolvidas com as obrigações do navio tivessem assumido suas responsabilidades e providenciado sua repatriação antes. O caso abre o debate para prevenir abusos com marítimos, uma discussão que deveria envolver armadores, autoridades portuárias e marítimas e Estados de bandeira.
Outros casos – De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, há mais de 250 casos de tripulações abandonadas. Só em 2020 foram 85 novos registros, o dobro do ano anterior.
Enquanto isso, 19 integrantes da tripulação do graneleiro Ula estão em greve de fome, o navio foi abandonado por seus proprietários em julho de 2019, no porto iraniano de Assaluyeh.