A preocupação com a preservação do meio ambiente está, mais do que nunca, no centro do debate, com importantes decisões de alguns dos principais líderes políticos mundiais sobre o controle de emissão de gases poluentes, que impactam diretamente no aumento do efeito estufa.
Recentemente, os Estados Unidos anunciaram o compromisso de “emissões líquidas zero” para até 2050, juntando-se à União Europeia, Japão e Coréia do Sul, que estabeleceram objetivos semelhantes para os próximos 30 anos.
Para o setor marítimo, as metas são ainda mais ambiciosas e severas. Os EUA querem que a Organização Marítima Internacional (IMO) adote uma meta de “emissão zero absoluto” para o transporte marítimo internacional até 2050.
Na prática, o que isso significa? Uma “emissão zero líquido” permite o uso da compensação de carbono, ou seja, elimina-se a mesma quantidade de CO2 que foi emitida, através da aquisição de créditos de carbono, adquiridos em projetos externos de sustentabilidade. Cada crédito equivale a uma tonelada de CO2 lançado na atmosfera.
O termo “zero absoluto” estabelece que não será permitida nenhuma emissão dos navios, nenhuma remoção e, portanto, nenhuma compensação de carbono. Sendo assim, todas as operações de um navio precisarão usar combustíveis e tecnologias totalmente livres de emissões e não será possível cumprir essa meta usando técnicas tradicionais de emissões negativas, como: captura direta de ar e bioenergia com captura e armazenamento de carbono, por exemplo.
A meta atual da IMO para 2050 é reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 50% em relação a 2008, estratégia que deve ser revisada somente em 2023. Há um longo caminho até 2050 e não sabemos ainda qual será o impacto mundial da pressão norte-americana sobre Organização Marítima Internacional, bem como as legislações que irão nortear tais mudanças.